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MAREC'S
FOTOGRAFIa

CONTRA A DISCRIMINAÇÃO RACIAL

           No dia 21 de março de 1960 ocorria em Joanesburgo (África do Sul) um protesto pacífico com 20 mil participantes pedindo o fim da Lei do Passe. Negros eram obrigados a andar com um cartão que dizia por onde eles podiam circular, delimitando os locais em que eram aceitos.

           Mesmo sendo uma manifestação pacífica a polícia do apartheid abriu fogo contra a multidão, deixando 69 mortos e 186 feridos. Em memória ao que ficou conhecido como o Massacre de Sharpeville, a ONU decretou o dia 21 de março como o Dia Internacional de Luta Contra a Discriminação Racial.

Nalu Souza

Nalu Souza

Bruno Pinkett

Bruno Pinkett

Victoria Cordeiro

Victoria Cordeiro

Erika Rodrigues

Erika Rodrigues

Cláudio Mendes

Cláudio Mendes

Luandeh Chagas

Luandeh Chagas

Eltinho Felício

Eltinho Felício

Yara Lopes

Yara Lopes

Luanda Carvalho

Luanda Carvalho

Marie Linhares

Marie Linhares

Tom Zé

Tom Zé

Camila Vianna

Camila Vianna

Erika Rodrigues

Erika Rodrigues

Marie Linhares

Marie Linhares

Graziele Arêas

Graziele Arêas

Samara Feliciano

Samara Feliciano

Nalu Souza

Nalu Souza

Camila Vianna

Camila Vianna

Graziele Arêas

Graziele Arêas

Bruno Pinkett

Bruno Pinkett

           "Mas você vai ficar tão negra!" uma entrevistada escutou ao querer passar pela transição capilar e assumir seus cachos. "Vou limpar a janela com esse bombril, vai ficar limpinho!" outra menina ouviu após ter um pedaço do cabelo cortado por colegas de classe ainda quando criança. Se formos falar sobre todos os casos de racismo que ouvimos nesses 3 dias de entrevista, é capaz de chorarmos. Chorarmos por saber que isso acontece num país com etnias diversas; por saber que uma negra perde vaga de emprego por ter os cabelos trançados ou por possuir "traços grosseiros". Por sabermos que Marielle Franco, uma mulher negra, favelada, LGBT,  defensora dos direitos humanos e que não tinha medo de denunciar a violência do estado do Rio, foi silenciada. Erro de quem pensou que silenciaria Marielle, pois agora sua voz se multiplicou mundialmente.

           "Você tem que ser melhor duas vezes" era o que dizia a avó de um dos entrevistados. Quando pequeno não entendia, mas ao longo dos anos ele percebeu que precisava ser duas vezes melhor que uma pessoa branca para conquistar o que queria. Ao entrevistarmos os participantes deste projeto, perguntamos sobre casos de racismo que haviam sofrido e, da grande maioria, ouvimos que o preconceito às vezes está só em um olhar torto ou então ser vigiado por seguranças ao entrar em uma loja. Um outro entrevistado falou sobre como o negro é silenciado. Por exemplo: ao contar algum episódio de racismo ser questionado se não era coisa da cabeça dele ou vitimismo.

          O racismo está tão enraizado em nossa sociedade que às vezes não é percebido. Muitos brasileiros tem a ideia de que não existe racismo pelo fato do país ser tão plural, com pessoas de todas as cores, culturas e credos, porém isso é uma das maiores mentiras contadas. É um preconceito tão sério a ponto de uma pessoa negra ter medo ao sair de casa por não saber se voltará, se vai ser humilhada ao levar uma dura com a chave no portão de casa por policiais que não acreditam que morava lá, se um segurança te seguirá em uma loja, se será a primeira pessoa acusada de roubar quando algo sumir. E essas foram apenas algumas situações vividas pelos entrevistadores. Esses absurdos ocorrem diariamente e nada é feito, virou algo mundano. Porém não podemos simplesmente aceitar tudo isso. Devemos nos educar, nos revoltar e procurar agir para mudar esse cenário assustador.

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